segunda-feira, 15 de agosto de 2011

(Nov. 25th, 2008) More Than Just Brothers - Cap. III

Lógico que sempre tive ciúmes dos meus irmãos. Escutar suas aventuras queimava-me por dentro. Lembro que uma garota ligava para Tom todos os dias, e eu falava que ele não estava, ou que estava ocupado. Depois de muito insistir, ela desistiu; ele se perguntara o que havia acontecido. “Acho que ela não queria nada comigo” – Ele disse. Mas era impossível fazer isso com todas as garotas do colégio. Muitas se dividiam. Umas gostavam do jeito romântico de Bill; outras curtiam mesmo eram as atitudes de Tom. “Oh Nick, seu irmão é tão lindo!” – Elas diziam. Pois é. Isso me irritava profundamente. Talvez todo esse ciúmes me fez querer vingança, queria mostrá-los que eu era uma mulher sim e que poderia ser algo mais do que simples irmã. Não me sentia naquele rótulo. Às vezes eu chegava a evitá-los por saber que, em algum momento, eu me mostraria mais do que posso ser. Eu vivia escondida, com 12 anos, em minha própria personagem cool que eu havia criado. Eu era a Nick Kaulitz, menina que todos os rapazes adorariam conhecer. Como eu já disse, meu corpo, mesmo com 12 anos, já chamava muita atenção. Mas eu adorava desprezar: garotos me ligavam, me paqueravam, compravam lanches e recitavam poemas. Eu não ligava. “Muito bonitinha, a sua carta!” – Eu falava. Mas nenhum deles iria me satisfazer como eles me satisfazem.

Isso foi me enchendo até o dia em que não agüentei mais.

Tom, como sempre, chegou tarde naquele dia. Eu estava escutando música em meu quarto, lendo alguma revista pra “meninas da minha idade”. Ele entrou no meu quarto, me encarou.

- Tudo bom, liebling?

- Mais ou menos. E você?

- Eu estou ótimo. – Ele virou-se pra mim. A felicidade era notória em seu sorriso. – Adivinha quem eu peguei hoje?

- Não sei... Jessica Alba? – Eu sempre ironizava quando ele me perguntava aquilo. Sim, ele adorava nos contar como foram as suas noites...

- Quem me dera! Mas não. Ela é da escola. E você conhece. – Eu fingi pensar, mas ele não era muito paciente.

- Agna. Agna Metzger. A peituda. – Eu achava que seu sorriso não poderia ser maior, mas eu estava enganada. – Adivinha aonde eu vou dormir amanhã?

- Hum... na casa do Ebner?

- Bom, mamãe acha que eu vou dormir na casa do Ebner. Mas eu vou dormir na casa dela. – E eu, enganada mais uma vez por aquele sorriso gigante, que agora estava quase fora da face.

- E por quê... – Eu pensei. Não me adiantaria em nada contar sobre isso para a minha mãe; ela na verdade até aceitaria. Decidi brincar um pouco. - ... eu não contaria pra mamãe?

- Não, Nicole! Você não vai me ferrar, vai? Estou confiando em você, minha irmãzinha; você não vai contar pra mamãe, vai?!

- O que eu perderia se contasse? – Eu me sentei ao lado dele. Senti sua respiração mais acelerada, por ser pressionado daquela maneira.

- Seus dentes. – Ele disse, sério.

- Eu quero algo em troca, então.

- Eu te arranjo o que você quiser, mas por favor, não conte pra mamãe sobre amanhã. É importante, tá legal? Você sabe como é chato ter 14 anos e ainda ser virgem? – Era engraçado ver sua expressão quando desabafava.

- Me dê um beijo, então. – Ele rapidamente osculou meu rosto, voltou a sorrir. Levantou-se rapidamente. Mas eu não havia terminado. – Não é aqui que eu quero.

- Nicole, pare de brincar com isso. – Ele segurou meus braços com força.

- O que foi, não sou mulher suficiente pra você? – Eu encarei-o, raivosa. – É a única coisa que eu te peço, agora.

- Nick... você é minha irmã. Pare de achar que eu tenho que fazer essas coisas com você.

- Eu não sou peituda o bastante, é isso?

- Pare Nicole, por favor...

- Ou isso ou você será virgem por mais algum tempo. Não lhe custa nada.

Ele suspirou; senti seu rosto aproximando-se do meu. Abri meus lábios lentamente, pude sentir seu piercing recém perfurado. Sua língua quente e macia entrava com receio em minha boca. Lembro-me que naquele momento meus pés saíram do chão. Seu corpo começou a relaxar e nos aproximamos mais. Aquilo tudo começou a ficar intenso, explosivo. Não sabia que meu irmão beijava tão bem. Pude escutar mamãe nos chamando pro jantar.

- Não conte pra ninguém sobre amanhã, me entendeu? – Ele disse, ofegante.

- Eu nunca faria isso. – Eu sorri. Ele correu para fora de meu quarto, e eu... estava relutante em voltar à Terra.

No dia seguinte, eu tive febre. Febre de ciúmes, talvez. Mas mal conseguia sair da cama. Mamãe preparou uma sopa e eu faltei na escola. Quando eles chegaram, eu decidi jogar um pouco mais duro. Fingi ter dor de cabeça, ânsia, qualquer coisa.

- Tommy, fica comigo, por favor! – Eu implorava. Mamãe quase ligou pra casa de Ebner e dizer que Tom não iria mais dormir na casa dele. Lógico que Tom ficou furioso comigo.

- Mãe, não dá... eu preciso ir pra casa dele. Segunda temos trabalho pra entregar! Você sabe que ele não fica em casa nos finais de semana. Bill pode ficar com ela e te ajudar também. – Bill ainda não sabia da história. Talvez Tom só contaria quando tudo acontecesse.

Mas claro que ele foi embora. Minha febre piorou, e agora a ânsia era verdadeira. Ele estava com outra menina, e não era eu. Óbvio que os homens escolherão as mulheres que podem fornecer algo de bom para eles, se é que você me entende. Eu era apenas a irmã dele.