segunda-feira, 15 de agosto de 2011

(Nov. 26th, 2008) More Than Just Brothers - Cap. IV

Eu nunca ia achar que algum deles sentisse o mesmo por mim. Eu sempre achei que eu seria a única mulher do mundo a não se relacionar com nenhum deles. Mas, bem... eu estava enganada.

Lembro-me que a escola já não era mais tão interessante como eu achava. Minhas amigas não eram mais tão legais, e que os meninos – ah sim, os meninos! – estavam ficando mais desejáveis. Eu que sempre achei meus irmãos os únicos... é bom dar uma diferenciada no gosto, não é?

Fiz certas amizades e um deles, Gustav – rapaz gordinho e loiro, um ano mais velho que meus irmãos, e uma cara de nerd tão inocente – me pareceu realmente encantador. Ele era companheiro de banda de meus irmãos e sabia ao menos conversar comigo. O outro companheiro, Georg... muito velho pra mim.

Queria mostrar para meus irmãos que eu não era a idiota deles. Eles sempre faziam os outros de idiota! Minha mãe, meu pai, minha avó, a avó deles, a família inteira! E até mesmo os amiguinhos de banda dele. Oh coitados, não são aceitos pela sociedade. Grande coisa! Eu não sou aceita por eles! Isso merecia vingança, com certeza.

Eu e Gustav ficávamos conversando nas últimas aulas, [sim, eu não subia para as aulas, mas que menina má eu sou!] era tão adorável. Ele me dizia que queria entrar pro exército, proteger o país. “Mas não estamos mais na Segunda Guerra, fofinho!” – Ele ria. Eu sempre fui bem inteligente, ainda bem. Dizem que os mais inteligentes têm certa vocação pra maldade...

- Nicole Kaulitz Trümper! – Bill gritou. Ele estava separado de Tom, pois naquele ano os professores preferiam ver os dois separados. Ele estava descendo para a aula de educação física e ops, me viu ali.

- O que foi, Bill? – Eu disse, inocentemente.

- Gustav! Você que trouxe ela aqui pra baixo, não foi?! – Ele dizia. Gustav, coitado, mal sabia o que fazer!

- Não foi ele, Bill... fui eu. Eu quero ficar aqui embaixo.

- E quem você pensa que é pra ficar aqui embaixo? – Ele era irritante, às vezes. Voltei a falar com Gustav.

- Querido... me dê um momento, sim? Eu já volto. – Levantei e agarrei Bill pelo braço. Caminhei até algum lugar que não tinha muita gente.

- Espere chegar até em casa e conversar com a mamãe, pirralha! – Ele falou.

- Não é porque você não tem vida social que eu preciso ficar seguindo os mesmos passos. Me deixa viver, porra! – Eu gritei. Ele, assustado, encarou-me bem. Ele já estava com seus 15 anos e bem alto. Ah sim, Bill... com sua maquiagem escura, seu cabelo espetado. Eu adorava aquele cabelo, mas não confessava isso pra ninguém. Nick Kaulitz odeia os irmãos. Odeia tudo que está em volta deles – inclusive as meninas. Nick Kaulitz era a legal, a preferida de todos.

- Você acha que vai chegar aonde sendo desse jeito? – Ele sussurrou.

- Eu não sei aonde quero chegar.

- Só você pode descobrir.

- Porque você não me ajuda a descobrir, então? – Eu me aproximei. Senti seu hálito tocando minha face, suavemente.

- Porque você faz isso comigo?

- Por que eu te amo. – Eu sussurrei. Encostei meus lábios delicadamente. Não senti nenhuma relutância nele. Segui em frente.

Sua língua movia-se de um jeito meigo... não sei por quê, mas eu percebi amor naquele beijo. Talvez porque com Tom, outras coisas estavam “em jogo”. Mas com Bill, não. Apreciei aquele beijo com tanto carinho, com tanto tesão. Sim, eu fiquei muito excitada e quando percebi, meu quadril estava colado ao dele. Queria ser tanto sua namorada, sua mulher, mas não... Deus me colocou na mesma família que ele. Deus ingrato, Deus injusto! Tantas por aí que não amam nem a metade do que eu amo!

Ficamos por ali durante algum tempo, mas ele se lembrou da aula de educação física. Por mim, eu ficaria ali pra sempre, em todas as aulas, todos os dias. Mas tinha Gustav pra agradar.

- Vê se sobre pra aula, sim? – Ele disse, com ternura.

- Não se preocupe. – Soltei-me e fui até Gustav. Claro que sem perceber muito o que ele dizia...